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A mostrar mensagens de agosto, 2018

O memorioso

Tudo é imaginável no terreno da literatura. Lugares como a ilha da Atlântida ou o castelo de Kafka, criaturas como Frankenstein, Gregor Samsa, Sherlock Holmes e Dom Quixote, são apenas alguns exemplos conhecidíssimos que atestam o fulgor imaginativo de que a literatura é constituída. Desde o seu início que a literatura "teima" em agarrar-se aos terrenos do invisível e do inverosímil, o que nos possibilitou o conhecimento de que ao alargarmos os limites da imaginação (penetrando no terreno do inimaginável) estamos também a alterar a estrutura da realidade. É factual que o imaginário intromete-se sempre na realidade, por vezes até de forma brutal, como é o caso da história das religiões, por exemplo. Em 1942, Jorge Luis Borges publicou um pequeno conto intitulado Funes, o memorioso ,  no qual procede a um portentoso exercício de imaginação criando um ser humano capaz de memorizar tudo, literalmente tudo. O "herói" desta narrativa é um jovem chamado Ireneo Fun...