No início do século XVIII, durante o reinado de Luís XIV, o Papa Clemente XI, na bula Unigenitus (de 1713), afirma explicitamente que a leitura da Bíblia não deve ser uma prática adoptada por qualquer pessoa. No entender do Papa Clemente XI, o conhecimento e o estudo dos textos bíblicos não era algo vantajoso para a maioria dos fiéis. Recorro a este pequeno apontamento histórico para ilustrar o grau de absurdo que pautou - e ainda pauta - o relacionamento entre os representantes da Igreja (falo exclusivamente da vertente católica) e os crentes. 300 anos volvidos desde a publicação da bula papel Unigenitus , já ninguém afirma que a Bíblia não deve ser lida, contudo, continua a existir no âmago da Igreja Católica uma incapacidade confrangedora de transmitir aos crentes - e até aos não crentes - o legado histórico-cultural do Cristianismo. Imaginemos o seguinte cenário: o padre da nossa paróquia, para obter uma noção aprofundada do nível cultural dos "seus" fiéis, decide...